Relatório do Ministério da Fazenda evidencia exclusão da mulher no mercado de trabalho
O Ministério da Fazenda divulgou no último dia 29 relatório que analisou dados do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 2021 e 2022. O levantamento, além de mostrar que 10% dos declarantes de Imposto de Renda concentram 51% da renda total do país em 2022, também trouxe dados sobre a desigualdade de gênero no país.
De acordo com o estudo – que também utiliza dados do IBGE -, nas declarações de IRPF de 2021, os homens foram 56,8% dos declarantes e as mulheres 43,2%, enquanto os homens eram 48,3% da população em idade ativa e as mulheres 51,7%. Para o Ministério da Fazenda, estes números evidenciam que “a primeira desigualdade está na exclusão do mercado de trabalho”.
O relatório aponta ainda que, mesmo sendo 43,2% do total de declarantes de IRPF em 2021, as mulheres tiveram apenas 37,2% da renda total. Além disto, o rendimento médio de homens no imposto de renda foi de R$146,8 mil ao ano, e o de mulheres foi de R$ 101,6 mil, o que é 31,8% menor.
O estudo compara os dados do IRPF com os da PNAD Contínua, do IBGE, referentes ao segundo trimestre de 2022, que apontavam que as mulheres recebiam 21,4% a menos que os homens. Como a PNAD mostrou diferença menor que a do IRPF e ela investiga também a população isenta de IR, o Ministério da Fazenda concluiu que “a desigualdade de gênero em relação à renda tende a aumentar nos estratos mais elevados, em especial pelo aumento da participação de outros rendimentos não captados na PNAD, como os de ganhos de capital”.
A desigualdade é maior ainda em relação à declaração de patrimônio (bens líquidos), em que as mulheres responderam por 29% do total declarado. Os homens declararam em média R$ 433,1 mil em patrimônio, enquanto as mulheres declararam R$ 233,9 mil – 46,1% a menos.